quinta-feira, 22 de julho de 2010

A importância de perguntar

Desde quando somos pequenos aprendemos o valor das respostas. Muitas respostas certas, ou criativas, acabam resultando em menções honrosas, elogios, adminiração. O que permite que até um garoto desprovido de beleza possa ser adminirado, por alguma incauta. Mas, será que as respostas são realmente tão fundamentais?

Aqueles que dedicaram algum tempo de sua existencia a observar o mundo com desprendimento - não vale observar a caça, a mulher ou uma certa profissão com o intuito de lograr êxito em uma potencial conquista - deve ter notado que existem muitos indícios de que as coisas não são realmente o que parecem. E muitas coisas não estão realmente onde parecem estar.

Um exemplo, grosseiro é verdade, é de uma pessoa ciumenta. Para ela, não existem dúvidas, e o menor indício já é uma verdade dada, e a imaginação tem mais valor do que fatos reais. Um ciumento antes de questionar se o atraso é devido ao trânsito, intui que o ser amado(?) está flertando com alguém, marcou o encontro com outra pessoa... enfim para um ciumento o céu da criatividade é o limite.

Isso talvez aconteça porque o ciumento tem tanta certeza de que está sendo traído, quanto o tímito tem certeza que o seu menor movimento será notado por todas as pessoas que ao seu redor. Assim, como o comunista tem certeza que o capitalista é um explorador desde criancinha, e que é de comer criancinhas, tem certeza o capitalista, vive o comunista.

Mesmo pessoas normais, sem vínculos ideológicos profundos, por exemplo, podemos ser vítimas de certas certezas, forjadas na história pessoal de cada um. Eu por exemplo, tenho a certeza de que não adianta educar um motorista de carro, ele sempre vai se achar melhor do que o avisos de trânsito. Mas, isso esconde alguns preconceitos e superficialides.

É mais fácil as vezes concluir genéricamente que os homens só querem sexo, as mulheres são frágeis, os políticos são corruptos, o céu é azul, os chineses são todos iguais... verdade dadas. Do que, a todo momento se perguntar: é mesmo isso que estou pensando que seja?

Quando perdemos capacidade de ter dúvidas, já não perguntamos mais, e então este sinal "?" vira isto "."

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