sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sobre o amor, o tempo e as controvérias

Nesse meio tempo, desde junho de um ano passado, até hoje, agosto de um ano corrente muita água não apenas passou por baixo da ponte, mas muitas pontes caíram, muitos rios transbordaram, outros secaram, alguns outros já viraram grandes lagos hidrelétricos.

Cati já resolvida partiu como médica para cidades distantes, migrou, casou, concursou. Está em algum canto do mundo - ou do estado, em uma dessas pequeninas cidades que em nada lembram Florianópolis, exceto pelo fato de serem cercadas por alguma coisa por todos os lados, no caso o mato.

Difícil para quem vive cercado de água por todos os lados, em uma ilha, uma porção de terra cercada de água, e recheada de muitos pontos lacustres.

De todo modo, a vida passar por mudanças conjunturais muito grandes, as vezes influenciada por muitos fatores desejáveis ou indesejáveis. No caso de Cati um meio-termo entre eles, ela que queria uma estabilidade financeira e romântica parece ter chegado o desejado. Casou, trabalha, está replanejando a vida para que complete o processo de mudança, num ciclo que será fechado quando uma nova cidade estiver em seu destino, provavelmente esta de onde partiu já médica.

A vida é assim. As escolhas levam a mudanças substanciais a ponto de que ninguém volte a pisar no mesmo rio da mesma forma que esteve. Até os rins podem ter trocado todas as suas células até que se volte ao leito.

Note que esse processo irreversível o suficiente para que coisas boas do passado tornem-se obsoletas e distantes. Tal qual este blog, que muito brevemente já não havia mais sentido, ao menos para ela. A temática, no entanto parece bastante presente na vida de tantas outras pessoas que ainda seguem em um estágio de busca e espera.

Todos tem suas fases da vida. Cada um em seu tempo. As controvérsias de cada momento vão se resolvendo e criando possibilidade de novas surgirem. Já que toda solução, como os remédios, traz lá seus efeitos relacionados. Nenhuma solução é universal e perene. Há sempre o que se consertar, e cada consertou leva a uma nova consequência. É aquela tal lei da causalidade.

Isso tudo tem haver com o amor, com o final de um relacionamento, coisas que aturdiam a mente da ida colaboradora desde blog. Mas, há outros problemas emergentes, porque conviver com outro, ainda que com muito carinho e compreensão é motivo de intrigas ou contrariedades.

Então, embora se arrume o problema de "término de relacionamento" do passado, a permanência em um por sua natureza traz lá seus problemas. Piores ou maiores conforme a capacidade de diálogo dos dois (ou podem ser três?).

Mark Twain resolveu isto com a velha máxima "se julgamos as pessoas não temos tempo para amá-las". Abortar o espírito inquisitor, fechar as "varas" dos tribuinais que temos para julgar é fundamental. Além disso, as "polícias" que temos devem ser abolidas. Policiar o outro é criar um inquérito que mais cedo ou mais tarde vai obrigar um julgamento. Abaixo por tanto, ao sistema judiciário de cada um.

Isso por si só não resolve o problema, mas pemite que se criem outras instâncias de resolução dos problemas oriundos da vida a dois. Onde, talvez o amor possa existir com o tempo que Mark Twain tenha se referido.