terça-feira, 27 de julho de 2010

Músicas, protestos e a pressa de cada um

Rancho de Amor à Ilha, o hino de Florianópolis foi a última apresentação da Osquestra Escola da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC). Mas, nem mesmo essa música quase unâmime do gosto popular da cidade, foi suficiente para sensibilizar os apressados transeuntes.

O que faria aquelas pessoas ignorarem músicas populares como "Trem das Onze", de Adoniram Barbosa, musicadas por instrumentos sonoros como Violinos e Flautas? Por que mesmo aquelas que viravam o pescoço para apurar o que se passava não paravam?

Poderíamos concluir que as pessoas tem outros gostos, talvez pagoge, funk, rock progressivo... O que de fato é verdade, há inclusive fiéis de um ritmo só. Talvez um olhar mais atento possa dar outras respostas.

Durante as grandes manifestações populares que pararam o centro da cidade contra os aumentos de passagens no início deste século, podia-se ouvir nos onibus parados coisas como:

- Ah, por causa destes vândalos vou atrasar para a novela.
- Essa porcaria, a gente trabalha o dia todo e tem que ficar preso no onibus por causa desses desordeiros.
- Por que não vão pra casa e param de incomodar a gente?

Embora se possa questionar a obstrução de ruas, é interessante notar que as pessoas se voltam contra quem, em tese, estava defendendo o interesse coletivo ao serviço público adequado e com taxas razoáveis.

Por que as pessoas enfureciam-se com os manifestantes e não com as empresas que desde muito tempo impõe altar tarifas e ônibus lotados?

Por que os trabalhadores não paravam um pouco mais, já que o trânsito não iria andar mesmo, para exigir tarifas decentes?

Talvez os motivos que fizessem os trabalhadores a volterem-se contra a própria classe nas manifestações seja o mesmo daquelas que passam apressadas ao som raro que hoje tornou menos ruidoso o centro da cidade.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A importância de perguntar

Desde quando somos pequenos aprendemos o valor das respostas. Muitas respostas certas, ou criativas, acabam resultando em menções honrosas, elogios, adminiração. O que permite que até um garoto desprovido de beleza possa ser adminirado, por alguma incauta. Mas, será que as respostas são realmente tão fundamentais?

Aqueles que dedicaram algum tempo de sua existencia a observar o mundo com desprendimento - não vale observar a caça, a mulher ou uma certa profissão com o intuito de lograr êxito em uma potencial conquista - deve ter notado que existem muitos indícios de que as coisas não são realmente o que parecem. E muitas coisas não estão realmente onde parecem estar.

Um exemplo, grosseiro é verdade, é de uma pessoa ciumenta. Para ela, não existem dúvidas, e o menor indício já é uma verdade dada, e a imaginação tem mais valor do que fatos reais. Um ciumento antes de questionar se o atraso é devido ao trânsito, intui que o ser amado(?) está flertando com alguém, marcou o encontro com outra pessoa... enfim para um ciumento o céu da criatividade é o limite.

Isso talvez aconteça porque o ciumento tem tanta certeza de que está sendo traído, quanto o tímito tem certeza que o seu menor movimento será notado por todas as pessoas que ao seu redor. Assim, como o comunista tem certeza que o capitalista é um explorador desde criancinha, e que é de comer criancinhas, tem certeza o capitalista, vive o comunista.

Mesmo pessoas normais, sem vínculos ideológicos profundos, por exemplo, podemos ser vítimas de certas certezas, forjadas na história pessoal de cada um. Eu por exemplo, tenho a certeza de que não adianta educar um motorista de carro, ele sempre vai se achar melhor do que o avisos de trânsito. Mas, isso esconde alguns preconceitos e superficialides.

É mais fácil as vezes concluir genéricamente que os homens só querem sexo, as mulheres são frágeis, os políticos são corruptos, o céu é azul, os chineses são todos iguais... verdade dadas. Do que, a todo momento se perguntar: é mesmo isso que estou pensando que seja?

Quando perdemos capacidade de ter dúvidas, já não perguntamos mais, e então este sinal "?" vira isto "."

Controvérsias e Projetos

Sabe-se que controvérsia é discussão regular sobre assunto literário, científico ou religioso; contestação; impugnação de argumentos. Talvez este blog não seja um bom exemplo de controvéria.

Teria sido, mas não foi. É comum entre os projetos o risco de serem apenas isto: projetos. A aula de dança, que não cabe no horário. A academia de ginástica que não cabe na preguiça, o livro que fica muito grande de uma hora para outra, o concurso público que é muito concorrido...

Fitamos o futuro como uma estrada eterna onde poderemos realizar todos os projetos que não estamos podendo (querendo?) realizar agora. Muitas coisas mudam nesse tempo. A última notícia que tive da antiga articulista desde blog, a médica Cati, é de que voltou à Florianópolis, aqui teve um filho e permanece provavelmente clinicando.

A vida separa as pessoas. Descontinua blogs. Retarda projetos.

Mas, o que é a vida? Uma entidade autônoma com poder de intervir nos planos e desejos de cada um e dizer o que podemos ou não fazer?

Acredito que a vida seja como um barco. Cujo rumo é feito por um conjunto de decisões tomadas com base em prioridades e medos. E, seja qual for o sentido para o qual o vento aponte, somos nós que decidimos, ou deveríamos decidir, como ajustar as velas do nosso barco.

E, certamente, como disse aquele escritor, quem não sabe para onde vai acaba indo para outro lugar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sobre o amor, o tempo e as controvérias

Nesse meio tempo, desde junho de um ano passado, até hoje, agosto de um ano corrente muita água não apenas passou por baixo da ponte, mas muitas pontes caíram, muitos rios transbordaram, outros secaram, alguns outros já viraram grandes lagos hidrelétricos.

Cati já resolvida partiu como médica para cidades distantes, migrou, casou, concursou. Está em algum canto do mundo - ou do estado, em uma dessas pequeninas cidades que em nada lembram Florianópolis, exceto pelo fato de serem cercadas por alguma coisa por todos os lados, no caso o mato.

Difícil para quem vive cercado de água por todos os lados, em uma ilha, uma porção de terra cercada de água, e recheada de muitos pontos lacustres.

De todo modo, a vida passar por mudanças conjunturais muito grandes, as vezes influenciada por muitos fatores desejáveis ou indesejáveis. No caso de Cati um meio-termo entre eles, ela que queria uma estabilidade financeira e romântica parece ter chegado o desejado. Casou, trabalha, está replanejando a vida para que complete o processo de mudança, num ciclo que será fechado quando uma nova cidade estiver em seu destino, provavelmente esta de onde partiu já médica.

A vida é assim. As escolhas levam a mudanças substanciais a ponto de que ninguém volte a pisar no mesmo rio da mesma forma que esteve. Até os rins podem ter trocado todas as suas células até que se volte ao leito.

Note que esse processo irreversível o suficiente para que coisas boas do passado tornem-se obsoletas e distantes. Tal qual este blog, que muito brevemente já não havia mais sentido, ao menos para ela. A temática, no entanto parece bastante presente na vida de tantas outras pessoas que ainda seguem em um estágio de busca e espera.

Todos tem suas fases da vida. Cada um em seu tempo. As controvérsias de cada momento vão se resolvendo e criando possibilidade de novas surgirem. Já que toda solução, como os remédios, traz lá seus efeitos relacionados. Nenhuma solução é universal e perene. Há sempre o que se consertar, e cada consertou leva a uma nova consequência. É aquela tal lei da causalidade.

Isso tudo tem haver com o amor, com o final de um relacionamento, coisas que aturdiam a mente da ida colaboradora desde blog. Mas, há outros problemas emergentes, porque conviver com outro, ainda que com muito carinho e compreensão é motivo de intrigas ou contrariedades.

Então, embora se arrume o problema de "término de relacionamento" do passado, a permanência em um por sua natureza traz lá seus problemas. Piores ou maiores conforme a capacidade de diálogo dos dois (ou podem ser três?).

Mark Twain resolveu isto com a velha máxima "se julgamos as pessoas não temos tempo para amá-las". Abortar o espírito inquisitor, fechar as "varas" dos tribuinais que temos para julgar é fundamental. Além disso, as "polícias" que temos devem ser abolidas. Policiar o outro é criar um inquérito que mais cedo ou mais tarde vai obrigar um julgamento. Abaixo por tanto, ao sistema judiciário de cada um.

Isso por si só não resolve o problema, mas pemite que se criem outras instâncias de resolução dos problemas oriundos da vida a dois. Onde, talvez o amor possa existir com o tempo que Mark Twain tenha se referido.

domingo, 29 de junho de 2008

Sobre o tempo, sobre o exigir, sobre outras coisas

Havia no passado uma garota. Cresceu querendo ser, aparecer e pensou também em ter algumas coisas. Com o tempo foi percebendo que sozinha era mais difícil. Então, passou a procurar algumas pessoas.

Para que fosse ouvida, entendida, ajudada, compreendida, amada e assim fosse, aparecesse, tivesse as coisas que antes queria. E assim foi, entremeio as metas anteriores, as novas.

Reparou porém que quanto mais o tempo passasse menos perto do que desejava estava, e nem mesmo quem ela quisesse tinha. E, anos passaram. Até que um dia, triste sobre a mesa da casa, pensou que o tempo tivesse sido perdido. E, então desejou que o tempo voltasse.

Desejaria agora ser, ter e aparecer tanto quando fosse possível. E, exigiria menos das outras pessoas. E, tentaria resolver as coisas com menos perfeição. Mas, o tempo não volta. E então, decidiu que o tempo que lhe restaria seria para isso. Reduzir espectativas.

E assim foi. O tempo ido não voltou. Mas o tempo que viria, mais se aproveitou.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

e como encarar finais de relacionamento?

Pois é...Existe rompimento sem dor?

conto

Recebi algo que achei interessante..vale a pena ler...

A ARMA DO AMOR

Há muito tempo, uma menina chamada Yang se casou e foi viver com o marido e a sogra. Após alguns dias, passou a não se entender com a sogra. As personalidades eram diferentes, e Yang foi se irritando com os hábitos da sogra que freqüentemente a criticava. Meses se passaram e elas cada vez discutiam mais. De acordo com a antiga tradição chinesa, a nora tinha que se curvar para a sogra e a obedecer em tudo.

Yang não suportando mais essa convivência, decidiu tomar uma atitude e visitou um amigo de seu pai, que a ouviu e, com um pacote de ervas lhe disse: - Você não pode usá-las de uma só vez para se libertar de sua sogra porque isso causaria suspeitas. Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenená-la. A cada dois dias ponha um pouco dessas ervas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, deve ter cuidado e agir de forma amigável. Não discuta o que eu digo e ajudarei a resolver o seu problema; mas você tem que escutar e seguir todas as instruções que eu lhe der.

Yang respondeu: - Sim, Sr. Huang, eu farei tudo o que o Sr. pedir.

Yang ficou contente, agradeceu e voltou apressada para casa, para começar o projeto de assassinar a sogra.

Semanas passaram e a cada dois dias Yang servia a comida "especialmente tratada" a sua sogra. Ela sempre lembrava que o Sr. Huang tinha recomendado evitar suspeitas e assim controlou o seu temperamento, obedeceu a sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe. Mais seis meses, a casa estava com outro astral. Yang tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesse tempo, não tinha discutido com a sogra, que agora parecia mais amável e cujas atitudes também mudaram.

Um dia Yang foi novamente procurar o Sr Huang para pedir ajuda e disse: - "Querido Huang, por favor me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra! Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei". O Sr. Huang sorriu, acenou com a cabeça e disse: - "Yang, não se preocupe. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi jogado fora e substituído pelo amor que você passou à ela".

Na China existe uma regra dourada que diz: "A pessoa que ama os outros também será amada". Muitas vezes, recebemos dos outros o que lhe damos, então... Lembre sempre: O plantio é opcional, a colheita é obrigatória. Por isso, cuidado com o que planta!

Autor Desconhecido